Transformação Digital e Inovação: Sexta Onda Tecnológica no Terceiro Setor

inovação e transformação digital no terceiro setor

Transformação Digital e Inovação: Sexta Onda Tecnológica no Terceiro Setor

Transformação digital e inovação no Terceiro Setor são temas sempre em discussão e que nos levam a muitas reflexões. Estamos vivendo a chamada sexta onda de inovação, marcada pelo avanço acelerado da inteligência artificial (IA), internet das coisas (IoT), biotecnologia, blockchain, realidade aumentada e até veículos aéreos elétricos (como os eVTOLs da Eve, já avaliados em valor superior à Embraer).

Esse super ciclo tecnológico, descrito por especialistas como Amy Webb, não é apenas sobre tecnologia: é sobre transformação de mercados, modelos de negócio e da própria forma como empresas e organizações sociais entregam valor.

De acordo com estimativas da PwC e McKinsey, a IA deve adicionar até US$ 17 trilhões ao PIB mundial até 2030 — o equivalente a mais de um “Brasil por ano”.

Além disso, empresas que já utilizam IA reportam ganhos de até 38% em eficiência operacional em áreas como atendimento, compras e marketing.

Mas se por um lado a oportunidade é imensa, o risco de obsolescência também cresce para organizações que não se adaptarem.


Transformação Digital: muito além da Tecnologia

Transformação digital não é instalar sistemas novos ou adotar modismos. É, sobretudo, uma mudança cultural, que integra tecnologias digitais em todas as áreas da organização, alterando a forma como ela opera e entrega valor aos seus stakeholders.

Como disse Arthur C. Clarke, “toda tecnologia avançada é indistinguível de magia”. Mas quando esquecemos de resolver problemas reais e de alinhar tecnologia a propósito, criamos invenção, não inovação. A ‘magia’ só se torna inovação quando resolve dores reais e foca nas pessoas.

Como afirmou o especialista e facilitador Paulo Grigorovski em nosso encontro do Programa Board Academy, “Inovação é fruto de gestão e estratégia em função dos diferentes horizontes e impactos que se quer alcançar.”

Exemplos práticos mostram os resultados dessa integração:

  • Natura usa IA para personalizar experiências de clientes, mas também investe em inovação aberta, em parceria com startups de sustentabilidade.
  • Hospital Sírio-Libanês aplicou IA em diagnósticos e fluxos hospitalares, aumentando em 30% a eficiência administrativa sem perder o cuidado humano.
  • No Instituto Livres, usamos ferramentas e tecnologias para sermos mais assertivos na gestão das equipes, na análise de dados para identificação de oportunidades, na gestão e mobilização de voluntários para as edições do Impacto no sertão, para a administração dos recursos e muito mais.
  • ONG Gerando Falcões utiliza IA para mapear demandas sociais e otimizar a distribuição de recursos em comunidades vulneráveis, ampliando seu impacto.

Esses casos reforçam que o centro da transformação são as pessoas: clientes, colaboradores e sociedade. A tecnologia é muito boa sendo bem aplicada, contudo, o propósito e as pessoas continuam sendo o fim.


O Conselheiro na Era Digital

O conselheiro de hoje não pode ser apenas guardião de riscos. Ele deve ser um conselheiro que vai além (meta) – alguém que se dedica a avançar, estudar oportunidades, tendências e conecta governança, inovação e eficiência.

Isso significa que esse Conselheiro da Era Digital precisa:
✔️ Saber avaliar criticamente soluções tecnológicas (que dor real resolvem?).
✔️ Conectar empresas e organizações a startups e ecossistemas de inovação.
✔️ Antecipar mudanças regulatórias e propor governança proativa.

A governança proativa é o trilho para esse trem da inovação. Sem ela, a disrupção pode se tornar um caos. Empresas com governança robusta conseguem se adaptar rapidamente a mudanças regulatórias e de mercado, capturando crescimento enquanto concorrentes perdem terreno.

Um exemplo marcante vem do setor social: a TETO Brasil implementou IA no planejamento de construções emergenciais, reduzindo custos em 20% e acelerando entregas. Esse é o tipo de decisão estratégica que conselheiros visionários podem impulsionar.


Inovação e o Terceiro Setor: Uma Fronteira de Impacto

No Terceiro Setor, o impacto da transformação digital é ainda mais significativo. Segundo o World Economic Forum, 75% das ONGs globais ainda não têm estratégias digitais estruturadas, o que limita seu alcance.

Ao adotar tecnologias de IA para relatórios de impacto ou sistemas de gestão de doações, organizações podem liberar tempo e recursos para investir onde realmente importa: nas pessoas.

A experiência no Instituto Livres e no Mais Água confirma essa visão. Quando conectamos propósito, gestão e inovação, conseguimos expandir a atuação e garantir que comunidades vulneráveis tenham acesso a recursos essenciais, como água potável.


Conclusão: Liderar o Futuro com Propósito

Vivemos um tempo em que a velocidade da tecnologia desafia a velocidade da governança. Cabe aos conselheiros garantir que inovação não seja um trem desgovernado, mas um caminho estratégico que gera impacto econômico e social.

Como conselheiro, presidente do Instituto Mais Água e diretor executivo do Instituto Livres, acredito que a tecnologia, quando orientada por valores e propósito, tem o poder de transformar tanto empresas quanto organizações sociais. A sexta onda de inovação é um convite para sermos mais ousados, mais conectados e mais responsáveis.

👉 Se a sua organização busca alinhar propósito, inovação e governança para crescer de forma sustentável, será um prazer dialogar e construir pontes de impacto.

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